19.5.06

Idiolês

Escrevo o idiolês manoelês archaico* (idoleto é o
dialeto que os idiotas usam para falar com as paredes
e com as moscas). Preciso de atrapalhar as significâncias.
O despropósito é mais saudável do que o solene. (Para
limpar das palavras alguma solenidade - uso bosta.)
Sou muito higiênico. E pois. Oque ponho de cerebral
nos meus escritos é apenas uma vigilância para não cair
na tentação de me achar menos tolo que os outros. Sou
bem conceituado para o parvo. Disso forneço certidão.



*Falar em archaico: aprecio uma desviação ortográfica para o archaico. Estâmago por estômago. Celeusma por celeuma. Seja este um gosto que vem de detrás. Das minhas memórias fósseis. Ouvir estâmago produz uma ressonância atávica dentro de mim. Coisa que sonha de retravés.

Manoel de Barros em LIVRO sobre NADA

2 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Oi Dani. Esse escritor deve ser o maior porra louca. Muito bom.Tenho dito.

19 maio, 2006 13:14  
Anonymous Anônimo said...

Grande mané d barros! ave palavra! o cumpade.acho q vou dar caô e não ir no tca. vai ter estréia do filme do sganzerla e a mulé dele vai táí.

23 maio, 2006 20:31  

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